Trump diz que Venezuela aceitou receber migrantes capturados nos EUA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste sábado (1º) que a Venezuela concordou em receber todos os migrantes venezuelanos em situação irregular, incluindo membros de facções criminosas como o Trem de Aragua, capturados nos Estados Unidos. O mandatário americano afirmou também que a Venezuela se encarregaria do transporte dos migrantes para o país.
"A Venezuela aceitou receber de volta em seu país todos os migrantes ilegais venezuelanos que estavam nos EUA, incluindo os da gangue Tren de Aragua".
A Casa Branca não esclareceu, porém, se foi fechado um acordo específico com o regime de Nicolás Maduro para receber os deportados venezuelanos. Até a tarde deste sábado, nem o ditador nem nenhuma autoridade venezuelana havia se manifestado após o post do presidente americano.
Na sexta-feira (31), Maduro falou em um "novo começo nas relações" entre a Venezuela e os Estados Unidos sob Trump. A declaração ocorreu horas após um representante de Washington, Richard Grenell, visitar Caracas. Mais tarde, a Casa Branca anunciou que o regime havia libertado seis cidadãos americanos que estavam presos sob acusação de conspiração. Foi a primeira viagem da gestão Trump às Américas.
Grenell conversou com Maduro sobre o que o regime chama de "agenda zero", uma espécie de plano para reconstruir o diálogo entre os países. A relação entre Washington e Caracas havia piorado desde a contestada eleição presidencial, ocorrida em julho do ano passado, na qual o ditador foi declarado vencedor a despeito de evidências de fraude no pleito.
Trump precisa de um acordo com a Venezuela para a política de deportação em massa de imigrantes em situação irregular que planeja implementar, para poder expulsar venezuelanos. Ele também necessita de cooperação com o regime de Maduro para ampliar os controles contra o tráfico de drogas que chega aos EUA.
Na quarta-feira (29), a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, revogou uma extensão do Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês) que aumentava em 18 meses a duração de vistos temporários de 600 mil venezuelanos.
No final de semana passado, o plano de deportações de Trump causou a primeira crise na América Latina. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se recusou a receber dois voos militares americanos carregando deportados colombianos. Em resposta, Trump impôs tarifas e sanções contra a Colômbia. Petro acabou cedendo, e Trump revogou as sanções.
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